CAROLINE HOULY – 3ª SÉRIE B – 2014
Ai tempo… Você foi tão injusto! Resolveu acelerar na melhor parte da vida. Voou sem piedade, sem se importar com o mutirão pedindo que você se acalmasse. Chegamos onde você queria, na tão indesejada despedida. Pois é, tempo… Vamos dizendo adeus aos nossos pais adotivos e aos nossos irmãos de criação. As lágrimas escorrem e o coração dói de tão apertado que fica. Parte dele acelera, ansioso por um futuro brilhante, e parte dele morre, triste por deixar pra trás pessoas tão amadas.
É… O ano passou rápido demais. Gostaria que ele se transformasse em uma fita cassete que eu pudesse rebobinar pra viver tudo outra vez… Mesmo que isso não seja possível, 2014 será eternamente lembrado, com muito amor e muitos sorrisos! Levaremos as memórias do mundo amarelo para o resto da vida e carregaremos conosco todos os ensinamentos dos grandes mestres que passaram por nosso caminho. A melhor sensação do mundo é poder dizer que fiz parte de uma história tão bonita, que foi muito mais além do que uma preparação para o vestibular. Crescemos juntos, por dentro e por fora. Mas, como todo filho que cresce, vamos embora de casa. O que nos confortou foi ouvir que as portas do mundo amarelo sempre estarão abertas para nós e que as pessoas que amamos tanto estarão de braços abertos para dar aquele abraço apertado e matar a saudade que já cresce cada dia mais.
Nesses últimos segundos de Vértice, sinto como se passasse um filme dentro da minha cabeça, que contasse uma história de 9 anos em um piscar de olhos. Inacreditável como passou tudo tão rápido. Mais inacreditável ainda é como tudo foi tão intenso. Sempre disseram que o terceiro forma uma família, mas jamais pensei que seria algo tão forte. Tão forte, que causasse engasgos em discursos. Tão forte, que fizesse os corações mais duros amolecerem. Tão forte que fizesse do amarelo a cor mais amada.
Vértice. Tão criticado por ser rígido, tão estereotipado como colégio de nerds, tão amarelo, tão Vértice. Só quem viveu ali sabe o que é ser Vértice. Não, não somos normais. Somos extremamente diferentes, somos uma bolha. E não pense você que isso seja ruim. Foi dentro dessa bolha que criamos laços tão fortes e aprendemos a dar valor ao que se tem. Aprendemos a dar valor à educação e ao estudo, ao professor e às pequenas conquistas, como sair de uma recuperação, passar de ano sem final ou virar “mais mais”. Foi nessa mesma bolha que conhecemos as melhores pessoas do mundo, adquirimos princípios e nos tornamos adultos. Nada melhor do que ser Vértice. Nada melhor do que ter feito parte da família Vértice e poder abrir os braços pra um mundo novo, sabendo que estamos oferecendo o melhor de nós mesmos. E devemos tudo isso a grandes heróis incansáveis, que além de um milhão de listas, nos deram a oportunidade de sermos mais humanos, de criarmos a nossa própria identidade. Foram esses grandes heróis que caminharam conosco até aqui, que nos fizeram dar o nosso melhor sempre e nunca desistir.
Agora nem parece fazer muito sentido uma vida sem eles. Sem “assim você vai virar um queijinho japonês!”, “vai pessoas, trabalhaaa!!! TRABAAAAAALHA!!!”, “tchop tchura?!”, “Há vida nessa sala??? A morte nos ronda!”, “foi o samba do criolo doido!!!”, “MALANDROVSKI!!!!!”, “Brinadeirinha pra hoje!”, “vai ter que comer muito capim ainda…”, “lê ai garota shopping center!”, “eu vou dar uns kung fu na testa!”, “minha auto estima tá la em cima desde que entrei aqui!”, “um rrrrrrrrrraio rrrrrrrrrrasante”, “vamos lá, meninos!!!!”, “Ah!!! Essa veio da Alemanha também…”, “aluninhos queridos!!”, “cê entendeu?!”, “SEJE?!”, “ai eles foram lá e você ja entende o que acontece certo?”, “solid as rock!!!” (Sei…kkk), “a rasgola saca!”…
Não parece fazer sentido e nem consigo imaginar como será daqui pra frente… Viveria a vida inteira no terceiro, se fosse permitido… Mas, chegou a hora de crescer e ter a chance de poder fazer algo tão importante para o resto mundo como vocês, professores, fizeram por mim. Espero conseguir chegar perto de ser o que vocês são!
É isso, a história tem o seu fim e agora cada um segue seu caminho.
De qualquer maneira, sabemos que não é um adeus definitivo e sim apenas um “até breve!”
Levo comigo, pro resto da vida um pedacinho de cada um de vocês! Obrigada por absolutamente tudo! Amo vocês pra sempre!
“A gente se deu tão bem
Que o tempo sentiu inveja
Ele ficou zangado e decidiu
Que era melhor ser mais veloz e passar rápido pra mim
(…)
Espero o dia que vem
Pra ver se te vejo
E faço o tempo esperar como esperei
A eternidade se passar nos dois segundos sem você
Agora eu já nem sei
Se hoje foi anteontem
Me perdi lembrando o teu olhar
O meu futuro é esperar pelo presente de fazer
O tempo engatinhar
Do jeito que eu sempre quis
Distante é devagar
Perto passa bem depressa assim
E o tempo engatinhar
Do jeito que eu sempre quis
Se não for devagar
Que ao menos seja eterno assim”
O tempo – Móveis Coloniais de Acaju